CEGÁS e distribuidoras de gás reafirmam compromisso com a transição energética em João Pessoa

Dirigentes de 25 distribuidoras de gás canalizado de todo o país, incluindo a Companhia de Gás do Ceará (CEGÁS), participaram na última quinta-feira (5/6), em João Pessoa (PB), da Assembleia Geral da Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás). O encontro resultou na elaboração da *Carta de João Pessoa*, documento que reafirma o compromisso do setor com uma transição energética sustentável, justa, inclusiva e integrada.

A carta será entregue nesta segunda-feira (9/6) ao governador da Paraíba, João Azevêdo, pelo presidente da PBGÁS, Jailson Galvão, representando a Abegás, e pelo secretário executivo de Energia da Paraíba, Robson Barbosa. A expectativa é que o documento também seja encaminhado ao Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva; ao Ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin; ao Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira; e aos demais governadores do país.

Na quarta-feira anterior ao evento, João Azevêdo já havia recebido, em seu gabinete, representantes das distribuidoras e seus acionistas, colocando-se à disposição para apresentar a *Carta de João Pessoa* ao Consórcio Nordeste e ao Governo Federal.

Para o presidente do Conselho de Administração da Abegás, Luiz Gavazza, a carta representa um chamado à ação coordenada entre o setor privado, os Estados e o Governo Federal. “Renovamos nossos agradecimentos pelo diálogo institucional mantido com o governador João Azevêdo e reiteramos a disposição para colaborar ativamente com políticas públicas que promovam a segurança energética e o desenvolvimento nacional com justiça social”, afirmou.

O diretor-presidente da PBGÁS, Jailson Galvão, destacou que o documento sintetiza as principais bandeiras do setor para fortalecer a infraestrutura, ampliar as aplicações do gás natural e do biometano, e aumentar a demanda por esses combustíveis estratégicos para a transição energética.

O presidente da CEGÁS, Miguel Nery, destacou que, no contexto do gás natural ser o combustível da transição energética numa economia de baixo carbono,  “a participação ativa da CEGÁS nesse movimento reforça o compromisso da Companhia com o desenvolvimento de soluções energéticas sustentáveis e alinhadas aos desafios do presente e do futuro do Brasil”.

Pautas prioritárias apresentadas pela Carta de João Pessoa:

1. Estímulo à ampliação da infraestrutura de gás natural canalizado, com mecanismos de financiamento, desoneração de encargos e articulação federativa;

2. Expansão da malha de transporte de gás natural, com investimentos em novos gasodutos e melhoria da infraestrutura de escoamento e processamento (UPGNs), visando conectar regiões hoje isoladas e garantir suprimento confiável e competitivo;

3. Aprimoramento do modelo tarifário de transporte, com migração para tarifa postal e revisão regulatória que assegure eficiência, previsibilidade e condições mais justas e transparentes para os usuários finais do gás natural canalizado;

4. Desenvolvimento da produção nacional de gás natural, por meio da abertura de mercado, atração de novos entrantes e viabilização de volumes competitivos para o setor industrial;

5. Apoio à exploração da Margem Equatorial, com responsabilidade ambiental e foco no potencial transformador para o Brasil, em especial para o Norte e Nordeste;

6. Fomento à indústria química, petroquímica e de fertilizantes, garantindo demanda consistente e ampliando a competitividade da cadeia.

7. Desenvolvimento de políticas públicas para tratamento de resíduos sólidos urbanos e saneamento de esgoto, buscando o aproveitamento de biometano, em especial para cidades médias e grandes;

9. Criação de incentivos à substituição do diesel por gás natural e biometano em frotas pesadas, fomentando uma integração logística nacional por meio de corredores sustentáveis e a utilização em frotas urbanas;

10. Apoio a programas de P&D para as novas tecnologias de usos para o biometano, adaptadas às realidades locais;

11. Inclusão do gás natural como combustível de transição na Taxonomia Sustentável Brasileira (TSB);

12. Utilizar o gás natural para atender a demanda por energia dos datacenters em implementação no país.

Distribuidoras signatárias da Carta:

  • ALGÁS
  • BAHIAGÁS
  • CEBGÁS
  • CEGÁS
  • CIGÁS
  • COMGÁS
  • COMPAGÁS
  • COPERGÁS
  • ES GÁS
  • GÁS DO PARÁ
  • GASMAR
  • GASMIG
  • MSGÁS
  • MTGÁS
  • NATURGY RIO
  • NECTA
  • PBGÁS
  • POTIGÁS
  • SCGÁS
  • SULGÁS
  • COMMIT GÁS
  • COMPASSBR
  • MITSUI GÁS E ENERGIA
  • NORGÁS
  • TERMOGAS

CEGÁS apresenta experiência pioneira com biometano em workshop nacional sobre transição energética

O presidente da Companhia de Gás do Ceará (CEGÁS), Miguel Nery, apresentou a experiência da empresa na utilização do biometano em sua rede de distribuição como um exemplo concreto de inovação e novos modelos de negócios no setor energético.

A apresentação ocorreu durante o workshop “Transição Energética e Oportunidades de Mercado para o Gás Natural e Biometano”, realizado em João Pessoa (PB), na última quarta-feira, com a presença de especialistas de todo o país.

Promovido pela Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás) e pela Companhia Paraibana de Gás (PBGÁS), com apoio do CIBiogás – Energias Renováveis, o evento teve como objetivo fomentar o debate sobre a descarbonização da matriz energética brasileira e o papel estratégico do biometano nesse processo.

Miguel Nery integrou o painel “Oportunidades e Modelos de Negócios”, ao lado de nomes como Felipe Marques (CIBiogás), Luis Felipe Poli (Petrobras), José Eduardo Moreira (Necta) e Jorge Elias (Orizon), sob mediação de Luiz Gavazza, presidente do Conselho de Administração da Abegás e diretor-presidente da Bahiagás.

Pioneira na injeção de biometano em gasodutos no Brasil, a CEGÁS iniciou a distribuição do energético em 2017 e, desde 2018, o insumo já faz parte da rede canalizada da companhia.

Atualmente, o biometano representa cerca de 15% do volume de distribuição da empresa, posicionando a CEGÁS como referência nacional em soluções energéticas sustentáveis.

O biometano distribuído tem origem no Aterro Sanitário Municipal Oeste de Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza, produzido pela GNR Fortaleza.

“A utilização do biometano pela CEGÁS representa um salto de inovação e responsabilidade ambiental, revelando-se economicamente viável. Estamos transformando resíduos em energia limpa, com benefícios concretos para toda a sociedade”, destacou Miguel Nery.

Durante o evento, o Ministério de Minas e Energia (MME), representado por Maurício Abi Chain, apresentou o Programa Nacional de Descarbonização do Produtor e Importador de Gás Natural. O ex-presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, também participou com uma análise sobre o papel do biometano no mercado de energia brasileiro.